
Boa noite pessoal, é com imensa alegria que volto a postar para vocês, depois de um longo período, da internet ter virado em instagram e youtube, cá estou, um dinossauro das redes, que ainda não consegue ter paciência de ficar acompanhando tudo por vídeos no youtube ou posts curtos sem informações no instagram. A atual proposta deste site é contar fatos do dia dia de um Dodgeiro que coloca a mão na massa mesmo sem ter conhecimento ou habilidade, que utiliza das amizades e “briques” para conseguir as peças para os carros e que tenta manter a essência do que era ser Dodgeiro há 20 anos. Espero que gostem, a página está aberta a sugestões, a histórias, a fotografias de época e logo menos teremos a sessão de classificados.
Em 2018 estive no último encontro do HpV8 em Garibaldi porém fiz um roteiro onde não pude estar na sexta-feira no posto 290, onde acontece a recepção dos convidados e acabei chegando tarde no sábado, deixando tudo muito corrido, não podendo confraternizar com o pessoal. Aquilo me deixou convicto de que no próximo iria exclusivamente para o encontro, pois bem, veio a pandemia e a realização do evento foi adiada por 4 anos.
Ao longo de 2022 fiquei falando para todos que este ano não faltaria de maneira alguma e convocando o pessoal para nos juntarmos e seguirmos em comboio, visto que a cidade que resido, Rio Negro, fica na BR116, um dos caminhos para Garibaldi.
Comecei então a definir com qual carro iria, o Dartão está pronto, é sentar a bunda e partir mas quando lembrei que nunca havia feito uma viagem longa de Charger na hora o escolhi, ainda mais o encontro sendo em um ambiente onde raros exemplares eram originais, a maioria dos carros com alteração e isso me empolgou mais ainda, então tive que planejar a manutenção requerida, em 11 anos com o carro nunca havia mexido na suspensão e nas partes de direção.
Faltando 2 semanas para o encontro fui até o auto center fazer o alinhamento e o rapaz me falou que estava tudo certo com os terminais, buchas, pivôs, pitman e auxiliar mas não me conformava que o carro era tão “passarinheiro” sem ter alguma avaria. Foi aí que o “mexânico” aqui entrou em ação, fui soltando porcas, parafusos e quando tirei as peças, observei que não tinha folga no sistema, ele estava praticamente aposentado por invalidez kkkkkkk. Há alguns meses comprei alguns itens da MOOG do Gabriel Pires (buchas, pitman e auxilar) mas para ter na estante, não sabia que utilizaria tão cedo, consegui os pivôs inferiores OER e os superiores MOOG com o Marcelo Fazio e os terminais de um grande amigo, conhecido dos V8’s paranaenses, Andrey Jasper. Consegui retirar as balanças superiores e inferiores, soldar as balanças (Cris), jatear, pintar de eletrostática e montar as buchas em 3 dias, graças ao meu amigo Jean, mecânico do meu Gol GTS aqui da cidade. Retirei o motor do limpador pois estava muito lerdo e a surpresa, não dava reparo, consegui um motor aqui na cidade e graças ao meu amigo Anderson, que é a pessoa que mais entende de elétrica que eu conheço, conseguimos adaptar o que era necessário, ficou até com temporizador. Desmontei também a coluna de direção e consegui tirar todas as folgas da barra, montar o lampejador que nunca teve, era um arame que acionava a luz alta, trocar o rolamento da coluna (medidas 19X30X6) e ligar a buzina que também nunca existiu pois aquela haste que tem a roldana do acionamento estava quebrada, depois de descobrir a solda de super bonder com bicarbonato de sódio ficou um luxo kkkkkkk.
Durante a semana as chuvas devastaram as estradas que ligam ao sul do Brasil e tudo parou, horas de congestionamento, meus amigos abortaram a companhia mas eu estava decidido que iria, mesmo estando com a agenda cheia no consultório conseguia nos intervalos ir até a oficina lidar no pretão e faltando 1 dia para partirmos montei e alinhei o carro, pensem a insegurança, será que apertei tudo com o torque correto? Será que não esqueci nada? Nesta conferência observei que os pneus estavam um pouco ressecados e decidi instalar as rodas Magnum do Dartão com os Mickey Thompson que estão zerados e outra surpresa, estava vazando óleo do retentor do diferencial, faltando horas para a partida chamei o meu mecânico Sidney de itens pesados (caixa, diferencial) e ele conseguiu montar a tempo, durante os testes as pastilhas de freio traseiras travaram, tivemos que desmontar tudo e corrigir, o carro estava pronto, quinta-feira as 20 horas.
Com a BR116 parada em Monte Castelo, alguns Dodgeiros estavam parados na fila e vieram dormir em Mafra, já puderam vir em um churrasco aqui em casa que realizamos as pressas e neste interim dois amigos toparam ir junto até Garibaldi, o Tonho e o Gustavo. Recebi aqui em casa meu amigo Marcelo Ração de Taubaté com sua Dakota V8 americana, o Luiz de Brasília com seu Chrysler Imperial 1968 e o Marcio de Goiânia de Monza 92.
As 5 da manhã já estávamos na estrada, pegamos um congestionamento na serra em Santa Cecília onde optei por ir pelo acostamento pois a embreagem começou a ficar pesada e a temperatura começou a subir, não tinha exposto o Charger a situação de trânsito intenso ainda, então estava “espiado”. A viagem seguiu perfeita, o carro se comportou muito bem e passando Vacaria já estava seguro e relaxado, arriscando até umas ultrapassagens mais ligeiras, no trecho de Antônio Prado fui acelerar a quarta marcha e com as 4 bocas da quadrijet abertas o carburador travou, mas como tinha Gol a alcool não me desesperei, aquele pagode entre embreagem, freio e acelerador foi natural. Chegamos em Garibaldi as 15:00 horas sem intercorrências.
Depois de almoçar e descarregar os carros, encontramos o pessoal de SP e de Vitória, Jorginho e Lincoln com o Rt 71 abacate, Marcio Cabeludo com o Rt 77, Tonhão com a Ram 2500 e fomos lavar os carros, foi muito mais interessante que assistir ao jogo do Brasil X Camarões, muita conversa boa e troca de novidades. Voltamos para o Hotel Pieta e combinamos que iríamos fazer um churrasco no posto 290, falei que assaria a carne pois tinha levado churrasqueira e que era para o pessoal comprar a carne. Chegamos ao posto e de cara já vimos a galera reunida, muitos V8s reunidos e muita gente hospitaleira, Perin e seu Fury, Roberto Rolinho, Luciano Lorenzi, todo mundo feliz da vida que fomos até lá, muito legal. O papo foi rolando mas a chuva veio forte e resolvemos voltar para o hotel fazer o churrasco mas o pessoal não deixou, nos ofereceram a sede do HPv8 para fazermos, o presidente do clube Silvio foi muito receptivo e fiquei impressionado com tamanha organização daquele lugar, sonzeira nas caixas, na TV os carros do clube acelerando na pista, demais. Depois de quebrar o gelo comecei a me sentir em casa, visto que faríamos carne para umas 40 pessoas, os paranaenses assumiram a churrasqueira e foi uma loucura, todo mundo vindo até nos conversar e dar risada, um clima sensacional que há anos não experienciava. Eu sempre acompanhava as postagens do HPV8 e via a foto “aérea”do clube deles e este ano eu estava presente. Esqueci de comentar mas o povo é meio maluco, burnout comendo solto, V8’s berrando e todo mundo faceiro.
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Sábado cedo acordamos e fomos até a Fenachamp, que estrutura, os integrantes do clube uniformizados e nos orientando, a arena de burnout estava aberta permitindo o visitante acalmar seus ânimos kkkkkkkk estacionamos o Charger e fomos curtir, muitos carros diferenciados, a maioria com preparação, roda larga, andando baixo, blower, turbo, big block, antigo, moderno, camionetes, carros, placa preta, estandes de peças e serviços, chopp, charutos e muito rock’n’roll. Chegando a hora do almoço já tirei minha churrasqueirinha e voltamos a juntar o povo, que ficou me perguntando se eu iria fazer alguma graça, meio que sem pensar já fui entrando no carro e indo para a arena, dai veio o medo de fazer alguma vergonheira ou quebrar o carro a 600km de casa mas pisei fundo e começou a girar a lazanha, o que eu não contava era que o carburador iria travar novamente aberto hahahaha foi um susto leve mas consegui fazer uns zerinhos. Voltamos para a área do churras e pude encontrar meu primeiro Dodge, um Rt 77 que hoje está em propriedade do Rodrigo Pierozan, um cara muito gente boa e com o grupo gaúcho do Dodge Riders, não poupou os seus Bfgoodrichs e derreteu tudo na arena, acompanhado de um Scania V8.
O evento foi chegando ao final e fomos ao hotel nos preparar para a festa no bar do Joe, um lugar ao melhor estilo Rock’n’Roll, ao som da banda de Garibaldi chamada Destilaria Corleone, pensem a sonzeira que botou a galera pra cima, a festa estava lotada.
Domingo cedo saímos rumo a Rio Negro, fizemos uma viagem muito tranquila mesmo com as pancadas de chuva que inundaram o interior do Charger hahahaha tentei fazer média de combustível e quase ficamos sem gasolina entre Vacaria e Lages, foi uma parte tensa da viagem onde confrontei minha teimosia.
Esta foi a história deste final de semana alucinante que tivemos, me fez pensar muito no porque temos estes carros e sim, ao meu ver são para isso, para estar com os amigos, compartilhar cotidianos e dar muita risada pois se esse é o nosso hobby, eles tem de nos dar alegria até nas desgraças.
Segue o link com os vídeos que fiz, para quem quiser acompanhar:
Obrigado a todos, principalmente ao pessoal do HPv8, parabéns pelo evento, já deixem programado para irem em 2024 pois o evento é muito bom.
Peço desculpas por eventuais erros, faz tempo que não digito tanto, esta semana publico as fotos dos carro que estavam presentes.
Forte abraço,
Otávio Bussmann
Espetacular o final de semana Tavico, em 2024 estaremos lá com certeza!
Daqui a pouco vamos ter de tirar a semana para ir neste encontro hahahaha boa Linquinho, valeu o comentário. Forte abraço.
Parabens por descrever tao bem o evento… foi showww e me incluo nesta sua alegria… forte abraco irmao…
Com toda certeza Levi, muito bom passar um tempo com vocês, muita história boa. Forte abraço, obrigado o comentário.